Poucos dias antes desse texto ser cometido, saiu uma matéria no O Globo que dizia que a lista de saudades do carioca incluía abraço, cheiro de pão e som das ondas do mar. Alguém publicou a notícia no Instagram perguntando do que a gente sentia saudade e respondi (escrevi) no automático:
“Saudades de um carioca, de pista de dança, de pegar sol na rua, de caldo de cana e bolinho de bacalhau na Redenção, de abraçar, de praia e mar, de sentar com as amigas num bar e gargalhar alto, de ir num samba, de almoço na casa da mãe. Saudades de cachoeira e meio do mato (e olha que eu nem gosto muito), de observar as pessoas dentro do ônibus, na rodoviária ou no aeroporto e criar narrativas para elas. Saudades de tanta coisa que não cabe no peito e nem no texto”.
A pandemia me fez encarar a saudade de outra forma. Fiquei com medo de não poder reviver sensações boas, como o abraço da minha irmã e da minha sobrinha.